segunda-feira, 25 de novembro de 2013

GNR Deu a Vida Para Salvar Mãe e Filha de Veterano de Guerra do Afeganistão

Sequestrador do Pinhal Novo era militar de elite da União Soviética


O militar da GNR morto na noite de sábado para domingo foi abatido depois de ter conseguido salvar mãe e filha, sequestradas por um imigrante que perdeu tudo e estava disposto a morrer. Também ele foi abatido. 

Bruno Chainho, de 27 anos e militar na GNR há dois, colocou-se na linha de fogo de Mihael Codja, de 58 anos, depois de puxar para fora do restaurante "Refugio", em Pinhal Novo, Setúbal, a mulher e a filha de Gaspar Veloso, também mantido refém dentro do estabelecimento, juntamente com o filho. Mihael, um veterano da guerra do Afeganistão, apercebeu-se do sucedido e fez uma série de disparos, matando o militar. 

Pouco mais de meia hora tinha decorrido desde que, por volta das 23 horas, a filha do dono conseguia, dissimuladamente, fazer uma ligação para o 112, deixando o telemóvel ligado para que no serviço de emergência pudessem ouvir o drama que ali se desenrolava (ver infografia). 
Estavam sequestrados por um homem armado com um revólver, várias granadas e um cinturão de explosivos pronto a rebentar. "Eu hoje morro aqui".

O dono do restaurante revelou, que o moldavo tinha trabalhado em obras no seu restaurante, para um empreiteiro. 

Naquela noite, apareceu no seu estabelecimento para jantar e no fim exigiu-lhe 50 mil euros, mostrando as armas. 

Seriam, disse Gaspar, "para se tratar de uma doença que tinha a ver com glóbulos brancos". Mihael era pouco conhecido na zona pela população, mas o suficiente para saberem que perdera a casa, morava num automóvel e que a mulher e a filha o teriam deixado. 

Era um homem desesperado. Nas sete horas que se seguiram de negociação e já após a morte de Bruno Chainho, Mihael, pintor da construção civil, pouco falou com os guardas mas, muito ansioso, deixou um aviso: "Eu hoje morro aqui". 

O seu desejo cumpriu-se. Gaspar Veloso contou, domingo, que, após a morte do militar, estava deitado atrás do balcão agarrado ao filho com braçadeiras plásticas, mas conseguiu perceber e ver "que ele ponderou e pensou duas vezes". "Pensei: 'estou desgraçado'", diz o dono do "Refúgio", explicando que o homem largou a arma em cima de uma mesa e pegou numa granada. 

Pensou que iam morrer todos. Gaspar Veloso lembra ainda que conseguiu rebentar uma das fitas e libertar-se. 

"Mandei-me para cima dele e consegui tirar-lhe a granada da mão", adianta. Acabaria por conseguir escapar com o filho.

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