domingo, 29 de julho de 2012

Plantel Belenenses Viveu e Treinou 3 dias com os Fuzileiros

Plantel após a passagem na pista de lodo (foto ASF)

O plantel do Belenenses completou, este sábado, um dos estágios mais diferentes do historial recente do clube. O plantel trabalhou nos últimos três dias com os Fuzileiros, na Escola dos Fuzileiros, em Vale de Zebro.

A ideia foi de Mitchell Van der Gaag, treinador dos azuis, em colaboração com Cassiano Neves, diretor-geral da SAD do Belenenses. Os contactos com a Marinha duraram três semanas e nunca os jogadores sonharam como seria este fim de semana.

Na última quinta-feira, após o treino, Van der Gaag informou os atletas da experiência. Irmão de um fuzileiro, o treinador holandês pretendeu trabalhar os valores de equipa, solidariedade e entreajuda, num grupo de jogadores completamente novos.

«Lembro-me de ver a seleção de râguebi a trabalhar com os Fuzileiros, em 2007 e não me esqueci. Queríamos uma atividade de «team building», em que todos os jogadores se pudessem conhecer», explicou Van der Gaag.

O plantel foi recebido em Vale de Zebro na quinta-feira à noite. Os jogadores foram revistados à entrada e entregaram os telemóveis à equipa técnica. Os contactos com o exterior ficaram limitados a dois períodos por dia.

ALVORADA COM TIROS

Em articulação com a equipa técnica, os Fuzileiros elaboraram um plano de treino e alimentação específicos, embora sem abusar das cargas físicas.

«O atual plantel é novo e obriga a que se quebre o gelo e se crie algum espírito de equipa. A equipa técnica pensou num exercício militar com três objetivos: preparação física, fomentar o espírito de grupo e a tomada de decisão sobre pressão», esclarece o sub-tenente Vieira Rosinha, um dos oficiais instrutores que supervisionou o exercício.

Nunca ninguém conseguiu dormir mais do que duas horas. A alvorada foi, quase sempre, feita com disparos e às vezes com fumo. Tudo para ver a resposta dos atletas sob pressão. Mas houve algo que o plantel recusou: cortar o cabelo!

O Belenenses trabalhou em pistas de obstáculos, a já famosa pista de lodo e até efetuou uma Prova Noturna de Liderança, um exercício de orientação, na mata da Machada, perto da Escola de Fuzileiros. Pela madrugada dentro, claro está.

João Meira, jogador contratado ao Atlético, fez um balanço positivo da experiência, apesar de admitir alguma apreensão no início. «O plantel estava surpreendido, mas a experiência foi muito boa. Foi muito bom, mesmo para a união do grupo, foi algo espetacular», afirmou o médio. De mau só mesmo a falta de descanso...

Fonte: abola.pt