quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O Porquê? Da Reforma dos Estabelecimentos Militar de Ensino




"Porquê?" é a pergunta que a Associação dos Antigos Alunos do Colégio Militar (AAACM) escolheu para a sua campanha.
A AAACM quer saber todos queremos saber a resposta a algumas perguntas básicas. Porque é que o processo foi conduzido da maneira como foi, à pressa, sem discussão, e com um afastamento deliberado das Associações de Antigos(as) Alunos(as) e das Associações de Pais e Encarregados de Educação?
Que soluções foram consideradas? E porque é que foi esta a solução escolhida? Como todos os políticos, JPAB gosta de mostrar "obra feita", gosta de fazer "reformas", e a reestruturação dos Estabelecimentos Militares de Ensino (EME) afigurou-se-lhe como uma oportunidade perfeita.
Os EME são alvos fáceis têm alguns problemas, que podem ser exagerados e utilizados como justificação, os pais não vão sacrificar os seus filhos em acções de força, os oficiais superiores não vão arriscar as suas carreiras para os proteger, os militares não vêm para as ruas, a reestruturação faz-se depressa (no tempo que JPAB quiser), as comunidades de Antigos Alunos e Antigas Alunas não têm peso político, não estão infiltradas nas estruturas do Partido, e por isso não vão criar problemas no Partido e no Governo.
Para além disso, uma reestruturação dos EME "dá pontos" junto da opinião pública, dado que é um ataque aos "privilégios" dos militares.
JPAB montou uma primeira comissão liderada por um nome "sonante" para ganhar credibilidade, e depois montou uma segunda comissão liderada por uma pessoa da sua inteira confiança para produzir o relatório com o resultado pretendido.
JPAB tem no seu curriculum que foi mediador em diversas instituições de mediação de conflitos. Sabe, portanto, o que é a gestão da mudança, e sabe que num processo de reestruturação deve envolver os "stakeholders" para conhecer melhor a realidade, deixar as pessoas falar, ouvir os seus argumentos, e assim melhorar a solução e aumentar as probabilidades de sucesso.
Então porque é que JPAB escolheu ignorar deliberadamente todos os "stakeholders" e criar um conflito com estes?
Porque sabia que uma discussão séria exigiria sempre algum tempo, e JPAB sabe o que quer, e não quer perder tempo com conversas.
Basta olhar para JPAB para perceber que é um homem orgulhoso, alguém que alimenta conflitos e que se alimenta de conflitos. Ao contrário de outros políticos, que se desgastam com as críticas e perdem a motivação, JPAB "vibra" com a confrontação e destaca-se pela riqueza da sua retórica.
É por isso que JPAB chegou onde chegou dentro do Partido, e é por isso que ainda hoje o Primeiro-Ministro o usa para reagir "a quente" e responder agressivamente à oposição em alguns temas do dia-a-dia.
A partir do momento em que saiu o Decreto-Lei e os "stakeholders" se indignaram, quer pela forma como o processo decorreu, quer pelo conteúdo, todo este processo passou a ser um jogo.
Já não estamos a discutir uma reforma de instituições centenárias, estamos a discutir quem ganha, e JPAB não pode perder, não vai perder.
Para assegurar isso, pôs a sua "máquina" a funcionar, e começaram a surgir as notícias nos jornais, a criação da "marca branca" e o respectivo vídeo de promoção, as insinuações de dúvidas sobre a origem do dinheiro gasto pela AAACM, etc.
Num ápice, os "bloguistas da moda", "parasitas" dos dinheiros públicos e fornecedores habituais de JPAB, colocaram toda a sua imensa graça ao serviço desta causa, tudo feito "fora de horas", naturalmente.
Alguns falam em interesses imobiliários ligados aos terrenos do Colégio ou ao edifício do Instituto de Odivelas, outros falam do "avental"... não conheço quaisquer motivos invisíveis, mas espero que alguém que os conheça os revele.
Aquilo que eu vejo é uma figura autoritária, que não responde a cartas nem a pedidos de audiência, e que destrói a "alma" de duas instituições centenárias sem sequer lhes dar uma oportunidade.
Esperemos que o próximo Ministro da Defesa Nacional venha a tempo de parar a destruição iniciada por JPAB e construir uma solução que defenda os interesses das instituições, dos alunos e alunas, e de Portugal.

Fonte: PVChagas

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