A subida da retenção na fonte do IRS e o aumento dos descontos para a ADM (Assistência na Doença aos Militares) estão a provocar um enorme descontentamento entre os militares. Estes profissionais do Estado, conta hoje o Diário de Notícias que teve acesso a um recibo de vencimento, perderam face a 2013, 275 euros líquidos por mês, o correspondente a um aumento de 247% no salário em comparação com 2013.
O recibo de vencimento do primeiro mês do novo ano está a provocar choque entre os militares. Em causa, avança esta terça-feira o Diário de Notícias, está o impacto dos novos cortes, previstos no Orçamento do Estado, nomeadamente a subida da retenção na fonte do IRS e o aumento dos descontos para a ADM (o subsistema de Saúde do Estado para os Militares).
Num salário de 1.960 euros, recebido por um sargento-ajudante ou um capitão, o valor do corte sobe 68,85 euros para os 239 euros. Mas a situação é ainda mais penosa, por exemplo, no caso de um militar que até agora recebia 1.493 euros e que passa a contar com 1.218 euros, com duodécimos incluídos, sofrendo assim uma tesourada de 275 euros.
Há portanto, salienta o Diário de Notícias, um aumento do corte nossa salários a ronda os 247% face a igual período do ano passado, que agora passam a reter mais na fonte (passam, em média, dos 294 euros para 355 euros) e a descontar mais para o subsistema de Saúde de que beneficiam (de 23,35 euros para 47 euros).
“As pessoas estão zangadas e indignadas porque as medidas se somam umas às outras. [Pelo que, trata-se de] um descontentamento em crescendo”, comenta Pereira Cracel, da Associação dos Oficiais das Forças Armadas. Neste sentido, acrescenta Lima Coelho, da Associação Nacional dos Sargentos, estão já a ser “desenvolvidas iniciativas” para mostrar esse descontentamento.
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