quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Erro Humano Custa 1 Milhão de Euros aos Portugueses


As autoridades aeronáuticas estão a investigar um incidente ocorrido com um helicóptero Kamov, em agosto, que poderá ter resultado de falha humana e irá custar mais de um milhão de euros aos contribuintes. 

No dia 28 de agosto, 35 segundos após descolar do heliporto de Santa Comba Dão, um helicóptero Kamov, da EMA, Empresa de Meios Aéreos, detida pelo Estado, que se preparava para combater incêndios, teve uma inesperada falha de motor. 

A tripulação, de acordo com o relatório do Gabinete de Segurança de Voo, demorou 15 segundos a reagir "tempo demasiado longo", na opinião de especialistas e terá "forçado" de tal maneira o segundo motor que, quando o aparelho aterrou, em Viseu, já não levantou mais voo. 

Uma caixa de transmissão e um motor novos custam mais de um milhão de euros. O relatório sumário do incidente (RSI), elogia a forma expedita como o piloto e o copiloto conseguiram conduzir o Kamov, quase 19 minutos, até à pista de Viseu, aterrando em segurança. 

Mas, por outro lado, revela medidas adotadas pela tripulação que, conforme explicaram alguns pilotos seniores e com milhares de horas de voo, poderão ter sido motivo de "problemas graves" que se vieram mais tarde a detetar numa análise ao motor e à caixa de transmissão. 

"O que o RSI demonstra é que, ao ser surpreendida com a falência de um dos dois motores, a tripulação, porventura algo nervosa, aumentou a velocidade e terá havido excesso de pedido de potência ao motor que estava bom. Este terá dado o máximo que pôde e acabou por sofrer danos que o impedem agora de voar, de acordo com o que os técnicos apuraram ao ler o FDR (Flight Data Recorder)", disse, um piloto de topo de carreira. 

Este mesmo piloto e um outro também sénior asseguram que "a leitura do RSI demonstra que os procedimentos da tripulação terão sido feitos ao contrário". "É minha convicção de que estiveram no limiar de uma catástrofe, de se despenharem", afirma o primeiro piloto. 

Já o segundo lembra que a saída do heliporto de Santa Comba Dão fica a escassos metros da feira local. "Se fosse em dia de feira e a coisa tivesse dado para o torto, era uma tragédia", sublinha.

Fonte:JN

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