quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Governo Pretende Retirar às Chefias Militares o Controlo Orçamental


A propósito das notícias sobre medidas do Governo para as Forças Armadas 


É a intenção de o Governo retirar às Chefias Militares o controlo orçamental. 

Essa intenção aparece, na notícia, justificada com discrepâncias de entendimento na aplicação entre os Ramos das Forças Armadas de aspectos diversos, gerando mal-estar e desigualdades relativas.

A realidade é que as Chefias Militares aplicam o orçamento aprovado pelos Governos e respectivas forças políticas que no plano parlamentar o votam favoravelmente.

Todos os subsídios existentes e demais descontos ou impostos que incidam sobre as remunerações dos militares ou a que os mesmos são obrigados, são decididas pelo poder político.

Discrepâncias existentes na aplicação de algumas matérias, sendo verdade, resultam, a maioria das vezes, de os sucessivos Governos não definirem propositadamente os reais objectivos que visam, procurando que recaia nos Chefes o ónus de uma aplicação mais restritiva para o respectivo universo de militares.

Nalguns casos, perante o conjunto de problemas que a aplicação de uma dada Lei ou Decreto-Lei suscita, surge a necessidade de despachos interpretativos do respectivo Governo em funções que, algumas das vezes, não tem aderência à Lei de onde emerge, sendo que entrado um novo Governo a interpretação é diversa.

O objectivo de fundo subjacente a tal medida, a confirmar-se, é retirar competências às Chefias e, por esta via, acentuar o caracter de força armada às Forças Armadas, e utilizar a Instituição Militar para mais uma manobra de propaganda sobre a dita transparência que, como é sabido e conhecido, é coisa que não abunda nos sucessivos Governos.

A referida notícia dá conta também da intenção de unificar o Instituto Hidrográfico e o Instituto Cartográfico do Exército, passando a sua tutela para o Ministério da Defesa, assumindo o estatuto de Laboratório do Estado.

Tal intenção não tem que ser em si mesmo negativa. Contudo, torna-se absolutamente necessário consensualizar nos Ramos e garantir o seu futuro, pela importância estratégica destes dois Institutos, já que pode estar subjacente a tal decisão, abrir funções hoje desempenhadas por estes Institutos ao negócio privado, gravemente lesivos dos interesses e soberania nacionais.

Os responsáveis governamentais, no âmbito da denominada "Reforma 2020" do setor da Defesa Nacional, pretende concentrar as decisões sobre salários e subsídios dos elementos das FA, nomeadamente com a tabela salarial única e a uniformização das contribuições para o sistema de Assistência na Doença dos Militares (ADM), entre outros. 

Por outro lado, os comunistas consideraram que a intenção de unificar o Instituto Hidrográfico e o Instituto Cartográfico do Exército, sob tutela do Ministério da Defesa Nacional, "não tem de ser em si mesma negativa". 

"Contudo, torna-se absolutamente necessário consensualizar nos ramos e garantir o seu futuro, pela importância estratégica destes dois institutos", antevendo a possibilidade de "abrir funções hoje desempenhadas por estes institutos ao negócio privado".

Fonte: DN

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